De como o bronze à camionista + bronze à trolha é tão fatela e doi tanto como o bronze de turista. Não: doi mais porque ao fim do dia quando me dispo não estou uniforme. Ou melhor, parece que estou de uniforme: branco...
A Me Hate escreveu e eu pimbas, não vou de modas e de repente dou comigo a ler e a dizer para um ecrã que não ouve a ponta de um corno "ya miúda, é que é mesmo isso, por vezes dá vontade de dizer só fuck you very much" e ... epá, e porque não?
Se:
1. dá vontade 2. tenho oportunidade
então porque não dizê-lo sem ser só na caixa dos comentários da môça?
Por isso, fuck you very much.
UFFF!!! O alívio. Está dito.
Mesmo que quem se fuck very much themself não "ouça".
Digo "alto e bom som" enquanto me imagino um cavalheiro galante do séc. XIX que passa, de casaca e flor na lapela, polainas polidas e brilhantes, assobiando alegre e distraidamente ao descer a avenida aromatizada por jacarandás que ao cruzar-se com (outro) cavalheiro farsola e arrebitado que cinicamente me cumprimenta de mão no chapéu eu respondo tirando a minha cartola elegante e com largo sorriso na cara, fazendo uma vénia, digo de forma convincente: fuck very nice, go fuck yourself very much.
I learned politeness on my mother's knee I learned by uprightness my number of friends should increase When I think about the things I've done I laugh out loud to no one, Yeah, to no one
'Coz it's so hard to meet the eyes that I see When I try to open up my heart There's something inside me and I know it's good But understanding, is misunderstood At the end of a smile, there's a laugh'n'a 1/2
But I became honest Mr. Mistaken In spite of the curves my smile was makin' Bumpers and kickers in one big stream I grew up in a life size pinball machine!
Yeah! - They're mean!.
I tried to fill some silence 'Coz the silence feels so long I knew the ice was gettin' thinner But I kept skating on! My mother threw me into this world as a winner But by the light of the yellow beer They tell the jokes I'll never get to hear!!
*Há anos que não ouvia isto. Passe o tempo que passar é impossível não verter uma lágrima.
Nunca mais falei sobre sua excelência Pootchie Nunes. Nem sequer de uma outra série de coisas que paira cá dentro. Nem tão pouco escrevi no sushi e ainda assim no das memórias ainda vou pondo mais qualquer coisinha mas nada significativo.
Podia dizer que não tenho tempo (não está assim tão londe da verdade, agora que sou uma próspera agricultora, ainda que virtualmente), podia dizer que ando com a cabeça feita em papa (não está asim tão empapada mas se não acalmar para lá caminha - de caminhar e não de cama, suas mentes preversas!!), podia dizer que os dias de "folga" são passados em lugares tão bns que se aproveitam no verão e descrever mil e um episódios de viagens ou visitas ou o que fosse - mas seriam todas inventadas. Podia também dizer que tenho o computador (ai, que antiquada! Laptop... isso sim, é muito mais fashion)
Podia também por optar dizer-vos que tenho tanto em que pensar que quando chego aqui não consigo escolher nada e que não tendo nada em especial para contar tenho muitos pequenos nadas que gostaria de partilhar: ideias, sentimentos... E é por aqui: tenho algumas coisas para partilhar mas não tenho (já) o modo certo de o fazer.
Este é o Horóscopo Facebookiano. Vamos analisar o que ele diz.
Vá, 'bora.
«This Eclipse day has a gift for you that will expand your horizons, Scorpio. It may create an opportunity for you to travel and experience something new in your life.» Hoje há eclipse?? Ninguém me tinha dito!! Vou perguntar ao Sr. Google, o Sr. Google sabe mais que o Sr. Facebook. [Já venho][Já vim. E não é que vai mesmo haver um eclipse? Mas é amanhã. E não vai ser visto na Europa. To bad. FB -1 ponto.] Agora percebo. A oportunidade de viajar seria até à Índia ou por aí, com certeza para ver 6 minutos de eclipse solar total. Mas não, Sr. FB, não, por muito que viajar à Índia fosse sem dúvida uma experiência irrecusável não será hoje. FB -1 ponto.
Soma: -2 pontos.
«It is very likely though, that if you have friends that live far away, you will be re-opening contact with them.»Ei! Como é que adivinhaste que tenho amigos que vivem longe? Não terá nada que ver com a era das novas tecnologias e o mundo ser uma ervilhinha, não? FB -1 ponto. E é por agora! Se logo à noite eu não tiver reatado contacto com ninguém - afastado ou não - serão logo menos 10 pontos de uma vez.
Soma: -3 pontos
«For many of you, today will mark an important change as far as your career is concerned, but with this change will come a level of communication and business that will take some getting used to.»Será? Será mesmo?? Tens até às 18h para não ficares com menos 5 pontos só detse item. Menos 5 não: menos 500, que se acertares este és um génio!
«Speculation and even gambling may be lucky for you now.»Vou jogar hoje no euromilhões... 6ª feira falamos. Olha que serão menos 1000 pontos, estás a ouvir bem?
Pensamos que conhecemos alguém. Pensamos que conhecemos alguém até essa pessoa ter alguma atitude ou dizer algumas palavras que nos deixam até com falta de ar, desorientados. Depois do choque inicial pairam as típicas perguntas, aquelas que que se fazem sempre, Como foi possível que eu [isto]? Como foi possível não ter visto [aquilo]? No fundo a coluna dorsal é sempre a mesma: Como-foi-possível.
Depois do outro choque, aquele em que fazemos mil perguntas sem resposta, em que encontramos 1000 sinais e sintomas sem os ir procurar, eles apenas aparecem à nossa frente e nós tropeçamos na clareza que sempre foram as coisas e que quem não via (estupidamente, acrescente-se) éramos nós, surge o mais próximo daquilo que alguma vez se poderá chamar de resposta.
Descobrimos a pólvora seca quando damos por conta que as pessoas sempre foram assim, sempre as conhecemos assim. Descobrimos a pólvora seca quando concluímos que sabíamos perfeitamente que elas eram assim e ainda assim as aceitámos como elas eram e interiormente (inconsecientemente) desejámos que nunca fossem connosco do mesmo modo que as víamos ser com os outros.
E depois de passado o 3º choque - este já fraquito, fraquito - e quando o coração não entra em taquicárdia quando pensamos no sucedido, quando já quase parece uma anedota e quando já quase parece que fizemos uma tempestade num copo d'água, nessa altura rimos. Quase garanto que se fosse possível daríamos uma pancadinha nas nossas próprias costas e diríamos algo como Vá lá, homessa, já lá foi, está lá atrás e seguimos em frente.
Depois deste 3º choque tudo se faz claro e límpido. Se sabíamos do que elas eram capazes e se concluímos não ser essa a surpresa então a verdadeira surpresa é a nossa reacção. O choque final (e fraquinho fraquinho porque no fim já pouco ou nada nos choca) é olharmos para dentro e perceber que se sabíamos do que os outros seriam capazes do que não estávamos preparados que fizessem connosco. No fundo os otários somos nós, que tendo visto as coisas à nossa frente deixámos as trancas abertas.
Mas... duhhh?!? Qual é o drama? Come on, move on. The show always goes on.
Não sei muito bem o que o pensar. Nestas alturas o melhor mesmo é não pensar.
Para ver, para dar para estar, para ter para ir, pra ouvir pra sorrir e entrar para rir, pra voltar a tentar, pra sentir e mudar, pra voltar a cair, para me levantar para nunca mais tentar mentir
Pra crescer, para amar para ser o lugar pra viver e gostar de gostar de viver pra fugir, pra mostrar pra dizer, pra ter paz pra dormir, pra fingir, acordar para ser, derramar para nunca mais tentar mentir
Quase no fim da missa o padre perguntou aos fiéis:
«Quantos de vocês conseguiram perdoar os vossos inimigos?»
A maioria levatou a mão. O padre voltou a perguntar e todos levantaram a mão menos uma pequena e frágil velhinha.
- Srª Mariazinha? A senhora não está disposta a perdoar os seus inimigos? - Eu não tenho inimigos! - Respondeu ela, docemente. - Isso é muito raro! Quantos anos tem a senhora? - 98 anos!
O público da igreja levantou-se e aplaudiu a srª Mariazinha enquanto o padre perguntava:
- Srª Mariazinha, conte-nos como se vivem 98 anos e não se tem um inimigo?
Ao que responde a srª Mariazinha:
- Porque todos os filhos da puta dos inimigos já morreram!
... tudo acontece por uma razão quanto tempo leva a descobri-la?
terça-feira, 14 de julho de 2009
Mas alguém sabertá explicar porque é que TODOS os anúncios dirigidos às representantes do sexo feminino são tão estúpidos, idiotas, diminuidores, fúteis... ?? Alguém sabe?
Devo ter devo, devo ter mesmo a mania que sou mais e tudo e o resto, devo.
Vejamos:
desde que voltámos de almoço que não há água nos escritórios. Ainda somos uma quantidade razoável de gajas a precisar de ir ao wc (felizmente a maioria já passou tudo a data de validade por isso a grande maioria é tudo nº1 e se alguém quiser nº2 que se aguente até casa). Aqui euzinha da Silva já cheguei aflitinha e só de pensar que ainda eram 15h30 já me estava a dar a sulipampa, tinha que arranjar uma solução.
Levantei-me, olhei para o garrafão da água ali especado a olhar para mim no corredor a dizer-me baixinho nem penses e entrei no wc. Abri a torneira da água e corria um fio. Olaré, pensei eu, temos água. Olhei à volta qual MacGyver prestes a entrar em acção. Entrei de rompante no wc da direita qual James Bond num quarto de hotel à procura do vilão. Fitei-o. Abri-o. Vi que tinha balde amovível. Era aquele caixotinho do lixo mínimo que eu precisava.
Encostei-o com destreza à boca da torneira do lavatório até secar a água. Quase nem tapava o fundo. Não me dei por vencida: em cada um dos wc há um bidé. Optei de novo pelo wc da direita (pois, o meu preferido de sempre... ou quase sempre, não faço ainda parte da mobília desta casa e se correr tudo bem nunca ferei!) e quando o balde estava cheio o suficiente foi um alívio.
Agora lá está ele debaixo da torneira. Está lá há meia hora e está quase vazio, mas gota a gota...
Se as colegas se assustaram com a falta de água na torneira cá eu não. Soluções é comigo.
«Now I see the times they change Leaving doesn't seem so strange I am hoping I can find Where to leave my hurt behind All the shit I seem to take All alone I seem to break I have lived the best I can Does this make me not a man?»
A vida é aquele jogo que ninguém entende, que tem aquelas regras que ninguém entende, que não se entende porque começa e não se sabe quando acaba.
A vida é aquele jogo que todos jogamos sem saber as regras mas que temos que jogar quer queiramos quer não e a cujas regras temos que nos sujeitar - saibamos quais são ou não.
A vida é aquele jogo onde entramos sem pedir onde não podemos ter "time out" e que não pára de nos pregar rasteiras, pôr armadilhas, inventar falsos oásis a troco de miragens.
Não sabes que onde andam os teus amigos? Não sabes como anda a vida particular deles? Não sabes se ainda namoram / estão casados? Não sabes a orientação sexual deles? Não sabes o que têm feito? Não sabes que músicas ouvem? Não sabes a que sítios vão? Não sabes nada de nada?
... um dia alguém me liga, e ao atender ouço do outro lado um «olá, então como estás?» e me dá para responder a cantar «cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas»?
Agora é que o Pootchie Nunes vai ser o melhor da classe. Tem uma colega nova, toda giraça, meia husky com 3 mesitos. Ontem já andou a exibir-se. Estavam tão giros!
À falta de tradução de derivações para "cross-dominance", sou ambidestra.
Podia ser uma coisa boa, cheia de vantagens, conseguir fazer a grande maioria das coisas com as duas mãos, acho que o mais difícil é lavar os dentes e comer a sopa com a esquerda ou comer com a faca na direita e o garfo na esquerda.
Nunca liguei muito a ser ambidestra, salvo um ou outro comentário tipo consegues fazer isso com a esquerda? ou comes assim?, e nem reparava na "capacidade".
A verdade é que ser ambidestro (cross-dominant) tem tanto de bom como de mau. Se por um lado sou capaz de executar muitas tarefas sem pensar se estou a fazer com a esquerda ou com a direita em algumas coisas, noutras algo acaba por correr.
E se ser ambidestro (cross-dominant) é mais complexo do que a simplicidade de ser tão hábil (e não levemos "hábil" para o lado da perfeição, deixemos "hábil" relacionar-se apenas "capaz") com uma mão como com a outra?
Será esta capacidade uma aberração e descoordenação interna? Justificaria muitas coisas, especialmente a minha "capacidade" para ver/sentir/pensar as coisas do modo exactamente oposto da maioia dos comuns, destros.
É melhor não me pôr a pensar nisto. É sinistro. Afinal o "mal" poderá está mesmo dentro de mim, sem me possuir mas sendo eu mesma.
Achavam que a saga Pootchie-Nunes tinha acabado? Naaaaaaaaa, apenas tornou-se já quotidiana.
A última que tinha aqui falado (falei, não falei?) foi que ele deu em abrir o forno (temos que arranjar modo de filmar a cozinha). A grande chatice de ele abrir o forno é que o forno está tão perto da porta que com ele aberto resta uma nesga de cerca de 2 mm para conseguirmos fechá-lo. Lá arranjámos uns utensílios e o ritual diário é tentar abrir a porta, ver que a do forno está aberta, pegar num cartão dobrado, meter pela nesga e debaixo da porta do forno e ir puxando-a para cima até fechar e pronto. Uma das grandes chatices é que não devíamos arrumar / limpar nada do que ele faz à frente dele e nesta situação é impossível.
A semana passada tivemos a surpresa das surpresas. O Thunder chegou, ia seguir o ritual e ao afastar-se para ir buscar o que usa para subir a porta do forno murmurou algo como "agora vais ter que esperar".
Vai daí... quando voltou... chanan!! O cão tinha fechado a porta do forno. Surprise!!
E no dia seguinte ao almoço, quando cheguei, o mesmo: tentei abrir a porta da cozinha, estava fechada e quando voltei ele tinha-a subido.
Magnífico. Entretanto descobri porque é que ele tem a pancada do forno: acho que é o sítio seguro dele, porque nesse dia ao almoço ele estava lá dentro a dormir.
Agora sabemos que ele abre a porta, deita-se e ainda se dá ao luxo de a fechar.
As minhas prioridades emocionais são opostas das racionais. Ainda que possam parecer trocadas, ainda que possam misturar-se, ainda que ambas sejam prioridades: uma sem a outra faz sentido mas outra sem uma não faz.
Divergem mas são ambas essenciais ao meu bem-estar.