Não sei explicar como nem porquê mas já tive presságios suficientes na vida para saber reconhecê-los e até "dar-lhes ouvidos".
Mas não. Muitas vezes o presságio vem mascarado de aspecto normal da vida e só quando já é tarde é que temos a revelação.
O último agoiro que vivi foi neste (também) último trabalho que tive.
Começou por se manifestar com um portão que não abria, logo no primeiro diz de trabalho, e eu sem conseguir sair com o carro. Eu, tão feliz por após 2 anos de desemprego ter um trabalho e a ver a minha vida andar para trás logo no primeiro dia ("Ah, sabem, cheguei atrasada porque o portão da minha garagem não abriu". Ia dar muito bom aspecto, certo?).
Depois começaram as sucessivas doenças do Guilherme com intervalos de duas a três semanas: otite - gripe - otite - varicela - otite... e por aí fora (até hoje, está com amigdalite desta vez).
Até 17 de Maio arranjei quem me ficásse com ele para eu não faltar ao trabalho e comecei logo a faltar como mãe, mais valia ter posto as assistências à família em vez de procurar soluções para o trabalho seguir porque enquanto eu me preocupei em que o trabalho seguisse está agora à vista que o trabalho não se preocupou em que eu seguisse. E o que me faz sentir pior é que a minha formação e trabalho foram boicotados de modo a que eu não atingisse os objectivos que não me foram comunicados (nem eles nem os ditos prazos - "ah, não revelamos objectivos nem prazos para não sujeitar as pessoas a stress". Mas o que é que é isto? E depois como têm o descaramento de dizer que a pessoa não os atingiu no tempo esperado? Incoerente, é o que é.)
O augúrio final, aquele em que acabamos por respirar fundo e perceber que às vezes há destinos que não são para nós foi o Guilherme estar de saúde há 3 semanas consecutivas (boa! ao que chegámos, ficar felizes com 3 semanas consecutivas...). Os meus dias finais (antes das obrigatórias férias) seriam 8 e 9 de Julho. Já nem eu sabia o que haveria de arranjar para trabalhar (porque até o trabalho tiraram, prometeram arranjar outras funções mas se não fosse eu bem que podia lá andar a passear todo o dia), já eu imaginava como seriam os 2 dias finais, a contagem decrescente... quando no sábado o Guilherme fica doente e (infelizmente) acaba por me "facilitar" a saída.
Presságio de "não vás!!!" com o portão a não abrir, presságio de "deixa estar, acabou finalmente" com o Guilherme em casa e eu de assistência à família.
Há presságios fantásticos, não há?
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