quinta-feira, 14 de março de 2013

Lufada de paz

Tenho a sorte de ter um trabalho.

E de ter esta vista no meu trabalho.

E de poder usufruir dela e da sua paz.


Cordialidade feminina VS cordialidade masculina

Estou a levar a cabo um estudo de comportamento que pretende demonstrar que os elementos do sexo masculino estão mais disponíveis para dar passagem a veículos que perdem prioridade do que elementos do sexo feminino. 
Paralelamente pretende demonstrar que o nº de elementos do sexo masculino ao volante pela manhã com ar bem disposto e afável é bem mais superior ao de elementos do sexo feminino com as mesmas características.
Também pretende demonstrar que a cedência de passagem por elementos do sexo masculino não está relacionado com o seu aparente ar bem  disposto nem  com as características de género do condutor do veículo em espera enquanto que a cedência de passagem por elementos do sexo feminino está directamente relacionado com o seu aparente ar bem disposto e com as características de género  do condutor do veículo em espera.

Não espero ter brevemente cálculos, gráficos, médias, DP, e outras coisas que todos gostam de analisar.

Todos os dias faço da saída do IC30 para o Ramalhão  o meu ponto de estudo.

Para que é que isto serve? Para nada, claro!


Socialmente (in)correcto

Em contexto social é feio tirar macacos do nariz. Coçar o rabo. Dar um peido. Dar um arroto. No caso dos homens dar uma coçadela dos tintins. No caso das mulheres ajeitar as mamas. Tirar com a unha aquele bocado de comida que ficou no dente.

Há um sem fim se comportamentos muitas vezes necessários ao nosso bem-estar físico que temos que reprimir porque, socialmente, não são bem aceites.

Mas não posso deixar de achar curioso como cuscuvilhar e segredar em frente aos outros, gozar escarradamente, ter comportamentos arrogantes e autoritários, ser indelicado (entre um sem fim de outros comportamentos) são comportamentos tão frívolos e inúteis e tão bem mais aceites que os outros...

Que porcaria de sociedade mais (in)correcta.

Ela está a chegar, já se nota no ar...

segunda-feira, 11 de março de 2013

Não há face nem twitter que substituam um blog.

Também não há blog que substitua um bom caderno, uma caneta, mais canetas, mais recortes, mais imaginação...

Coisas importantes

"Respira.

Serás mãe por toda a vida. 

Ensine as coisas importantes. As de verdade.

 A pular poças de água, a observar os bichinhos, a dar beijos de borboleta e abraços bem fortes

 Não se esqueça desses abraços e não os negue nunca. Pode ser que daqui a alguns anos, os abraços que você sinta falta, sejam aqueles que você não deu. 

 Diga ao seu filho o quanto você o AMA, sempre que pensar nisso.

Deixe ele 1M4gInAr. Imagine com ele. 


 As paredes podem ser pintadas de novo, as coisas quebram e são substituídas.

 Os gritos da mãe dOEm pra sempre. 

 Você pode lavar os pratos mais tarde. Enquanto você limpa, ele crescE.

Ele não precisa de tantos brinquedos. Trabalhe menos e AME mais

 E, acima de tudo, respire.

Serás mãe por toda a vida. 

Ele será criança só uma vez." 

 (Jessica Gómez Álvarez)


Foo Fighters - February Stars

(Eu até gostava que desse para fazer embed do youtube...)

É que é mesmo assim...

Há pessoas que nem para família servem, quanto mais para amigos...

domingo, 10 de março de 2013

Home alone!

Segunda-Feira 

Sozinho em casa. A minha mulher foi passar a semana fora. Ora aí está uma excelente mudança. Vamos passar uma semana inesquecível, o cão e eu. Pensei num programa e organizei o meu horário. Sei exactamente a que horas me levantar, quanto tempo demoro na casa de banho e a preparar o pequeno-almoço. Acrescentei o número de horas de que preciso para lavar a loiça, fazer limpezas, passear o cão, ir às compras e cozinhar. Fiquei agradavelmente surpreendido com o muito tempo livre que ainda terei. Não percebo porque é que as mulheres se queixam da lida da casa se tudo isso exige tão pouco tempo. O segredo está numa boa organização. O cão e eu comemos um bife cada um ao jantar. Vesti-me a rigor, acendi uma vela e pus rosas numa jarra para criar uma atmosfera aprazível. O cão comeu paté de foi gras como entrada, repetiu a dose como prato principal, com uma requintada guarnição de legumes e biscoitos à sobremesa. Eu bebi vinho e fumei um charuto. Há muito que não me sentia tão bem. 

Terça-feira 

Tenho de dar uma olhadela ao meu horário. Uns pequenos acertos. Expliquei ao cão que não se pode ter festa todos os dias e que por isso, não pode estar à espera de entradas e três tigelas de comida, que é claro, tenho de lavar. Ao pequeno-almoço, verifiquei que o sumo de laranja natural tem um inconveniente. É preciso lavar sempre o espremedor. Alteração possível: fazer sumo para vários dias. Assim só tenho metade do trabalho. Descoberta: posso aquecer salsichas dentro da sopa. Menos uma panela para lavar. É claro que não pretendo aspirar todos os dias, como a minha mulher queria. De dois em dois dias é mais que suficiente. O segredo está em andar de chinelos e limpar as patas do cão. Quanto ao resto sinto-me optimamente. 

Quarta-feira 

Tenho a impressão de que afinal a lida doméstica leva mais tempo do que pensava. Preciso de repensar a minha estratégia. Primeiro passo: comprei um saco de comida rápida. Não tenho de perder mais tempo com cozinhados. É um disparate perder mais tempo com a comida do que comê-la. A cama é outro problema. Primeiro é preciso sair de dentro do edredão, a seguir arejá-lo e por fim fazer a cama. Que complicação! Acho que não vale a pena fazê-la todos os dias, sobretudo porque nessa mesma noite voltarei a deitar-me. Parece-me inútil. Deixei de fazer refeições complicadas para o cão. Comprei algumas de lata. Ele fez má cara, mas não teve outro remédio senão comê-las. Se tenho de arranjar-me com refeições pré cozinhadas, ele não é mais do que eu. 

Quinta-feira 

Acabou-se o sumo de laranja! Como é que um fruto aparentemente tão inocente causa tamanha confusão? É inacreditável! Vou passar a comprar sumo engarrafado pronto a beber. Descoberta: consegui sair da cama quase sem a desfazer. Basta-me depois alisar ligeiramente a roupa. Claro que é preciso uma certa prática, e não me posso mexer muito durante o sono. Doem-me um bocado as costas, mas nada que um bom duche quente não possa resolver. Deixei de fazer a barba todos os dias. É uma perda de tempo. Assim, também, ganho uns minutos preciosos que a minha mulher, como não tem de fazer a barba nunca perde. Descoberta: não vale a pena usar um prato lavado de cada vez que como. Lavar a loiça tantas vezes começa a dar-me cabo dos nervos. O cão também pode comer só numa tigela. Afinal, de contas é um animal. Nota: cheguei à conclusão de que basta aspirar no máximo uma vez por semana. Salsichas ao almoço e ao jantar. 

Sexta-feira 

Adeus sumos de fruta! As laranjas são muito pesadas. Descobri o seguinte: as salsichas sabem bem de manhã. Ao almoço nem por isso. Ao jantar, nem vê-las. Salsichas mais de dois dias seguidos enjoam. O cão, esse, está a comida seca. Afinal de contas tem os mesmos nutrientes, e não suja a tigela. Descobri que posso comer a sopa directamente da panela. Sabe ao mesmo. Nem tigela nem concha. Assim já não me sinto tanto como uma máquina de lavar a louça. Já não lavo o chão da cozinha. Irritava-me tanto como fazer a cama. Nota: acabaram-se as latas. O abre-latas fica todo pegajoso! 

Sábado 

Que ideia é esta de me despir à noite se tenho de voltar a despir-me de manhã? Aproveito mas é o tempo para ficar mais um bocadinho na cama. E também não preciso de colcha, por isso a cama está sempre feita. O cão encheu tudo de migalhas. Pu-lo na rua de castigo. Não sou criado dele! Que estranho. De repente, dei-me conta de que é o que a minha mulher me diz às vezes… Hoje é dia de fazer a barba, mas não me apetece nada. Tenho os nervos em franja. Ao pequeno-almoço, só as coisas que não seja preciso desembrulhar, abrir, cortar polvilhar, cozinhar sem misturar. Tudo coisas que incomodem. Plano: comer directamente do saco em cima do fogão. Nem pratos, nem talheres nem toalha, nem nenhum disparate desses. Tenho as gengivas um bocado inflamadas. Deve ser a falta de fruta, que é muito pesada para carregar. Se calhar, estou com princípio de escorbuto. A minha mulher telefonou à tarde a saber se tinha lavado as janelas e posto a roupa a lavar. Desatei a rir meio histérico. Disse-lhe que não tinha tempo para essas coisas. Há um problema com a banheira. Está entupida com esparguete. Também não estou para me chatear. Não me incomoda muito porque deixei de tomar duche. Nota: o cão e eu comemos juntos directamente do frigorífico. Tem é de ser depressa. Não convém deixar a porta aberta muito tempo. 

Domingo 

O cão e eu estamos sentados na cama a ver televisão. Vemos pessoas a comer todo o tipo de iguarias. Salivamos os dois. Ambos estamos fracos e rabugentos. Esta manhã comi da tigela do cão. Nenhum de nós gostou.. Precisava de me lavar, barbear, pentear, fazer comida para o cão, limpar a casa ir às compras e uma série de outras coisas, mas não arranjo forças. Sinto que estou a perder o equilíbrio e que a vista me está a faltar. O cão deixou de abanar a cauda. Num último reflexo de sobrevivência arrastámo-nos até um restaurante. Durante uma hora, comemos toda a espécie de pratos óptimos. Em seguida, fomos para um hotel. O quarto é limpo, arrumado e confortável. Descobri a solução ideal para o governo da casa. Não sei se a minha mulher já se terá lembrado disso.

(Recebida por email)