quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Há dias assim

Ontem a minha noite foi uma miséria. Para esquecer. Foi assim tipo o dia, também tinha sido para esquecer.

Depois à noite dá-se uma ajuda à mente para que deixe o corpo repousar. E a verdade é que a almofada é a melhor conselheira nos momentos difíceis, desde que estejamos a dormir. Deve ser alguma força oculta marada no sistema almofada - fronha - cabeça.

Depois de uma boa noite de sono, ao acordar, o problema continua cá, não desapareceu, mas o corpo e a mente repousados permitem ver as coisas de modo diferente.

Digo por aí à boca cheia que sou um ser racional. Mas não, não sou, é impossível.

Se fosse não perdia o sono quando acontecem situações de ... (suspiro). Se fosse não acordava a meio da noite a pensar em como resolver as coisas de modo a minimizar todos os riscos e a evitar todos os danos, porque na minha cabeça tudo tem que ter solução e é possível agradar a gregos e troianos.

Não, eu não sou racional. Eu sou muito emocional. Eu fervo, eu reajo a quente, eu fico com o estômago embrulhado, eu deixo de dormir. Isto não é ser racional, isto é deixar a emoção tomar conta de mim.

Racional é o que sou depois de extravasar, quando consigo permitir que a comida aconchegue o estômago e quando a cabeça repousa na almoada sem ajuda.

Racionalizando-me a mim mesma, o que se passa é que o meu emocional é mais forte, porque é. O que consigo é auto-controlo o suficiente para parecer racional.
Mas vai uma grande distância do que se parece ser ao que se é.

[Anda uma pessoa a pagar há tanto tempo a psicanálise para depois ser ela a descobrir a pólvora seca enquanto varre um chão.

Éhe.]

3 comentários:

Paula disse...

Eu racionalizo tudo, pondero tudo, sofro por antecipação, sofro por aquilo que posso fazer sofrer e por aquilo que me podem fazer sofrer a mim, para depois agir por impulso, não ligando NADA ao que ponderei...

I. disse...

Oferece-se ombro amigo de pessoa que tem a mania de racionalizar, ponderar, estudar, dissecar tudo e depois também não jantou ontem, hoje mal comeu de manhã, adormeceu a pensar na treta e acordou a pensar na mesma treta.
Não, não é nada fácil, não há botão que desligue... ou então ainda não o encontrámos.
Jinho e abracinho :)

Gina G disse...

A distância entre o que se parece ser e o que se é, é uma das 'minhas coisas' mais difíceis de lidar. A minha racionalidade não chega até aí. Compreendo-te.
Um beijo. (daqueles cheios de compreensão)
:)